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Cai aprendizado de matemática no último ano do ensino médio, aponta levantamento

Índice é ainda pior considerando os níveis sociais e de raça. Em língua portuguesa, a evolução ainda é pequena. Estudo do Todos pela Educação foi feito com base nos dados do Saeb de 2007 a 2017. Por Elida Oliveira | G1 Dados divulgados pelo movimento Todos pela Educação nesta quinta-feira (21) apontam que o aprendizado de matemática dos estudantes do 3º ano do ensino médio caiu 0,7 ponto percentual (pp) no Brasil entre 2007 e 2017. Isso quer dizer que os concluintes desta etapa de ensino estão saindo da escola sabendo menos do que os estudantes formados há uma década. Nas escolas públicas, a queda foi ainda maior: de 4 pp. O índice piora quando a comparação considera raça e o nível socioeconômico do estudante. Matemática apresenta baixos índices de aprendizagem entre estudantes do 3º ano do ensino médio, ou seja, alunos estão se formando sem aprender todo o conteúdo adequado para a sua idade. — Foto: Divulgação A análise do Todos foi feita com base nos dados do Sistema de Avalia

Ex-aluno da rede pública é aprovado em medicina na USP, Unesp, Unicamp e Unifesp: 'nunca achei que passaria'

Pedro Bezerra de Oliveira, de 20 anos, fez três anos de cursinho. Ele optou por estudar na Unicamp, onde as aulas começam nesta segunda (26).


Por Vanessa Fajardo | G1


Em seu primeiro ano de cursinho pré-vestibular, em 2015, Pedro Bezerra de Oliveira, de 20 anos, teve de aprender conteúdos que nunca tinha visto no ensino médio. Ele estudou na rede pública e precisou correr atrás da defasagem, principalmente em disciplinas como física e química. Agora, três anos de preparação para o vestibular lhe renderam a aprovação em quatro vestibulares para medicina das principais universidades públicas do Brasil: Universidade de São Paulo (USP), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Pedro Bezerra de Oliveira, de 20 anos, passou em quatro vestibulares de medicina de universidades públicas (Foto: Arquivo pessoal)
Pedro Bezerra de Oliveira, de 20 anos, passou em quatro vestibulares de medicina de universidades públicas (Foto: Arquivo pessoal)

Ele vai estudar na Unicamp, porque prefere morar em Campinas (SP). “Estresse, correria, não é o estilo ao qual eu estou acostumado. Esse agito não é muito minha praia.”

Filho único, Pedro perdeu a mãe, vítima de infarto, quando tinha 17 anos. O pai havia morrido anos antes por conta de um acidente. Ele, então, foi morar com a avó.

“Minha mãe era funcionária pública, por isso comecei a receber uma pensão do governo e pude pagar um cursinho. Na escola, eu não me esforçava muito, não tinha pretensão de ser o melhor aluno, não fazia os trabalhos, mas ia bem nas provas", relembra.

"O cursinho foi o choque de que eu precisava para me esforçar.”

Na escola, na Zona Leste de São Paulo, a maioria dos colegas de Pedro já trabalhava ou pensava em cursos técnicos ou programas como Prouni ou Fies, para fazer uma faculdade particular. Pedro já queria estudar na USP, mas inicialmente cogitava cursos como física. “Nunca achei que passaria em medicina.”

“Pensei em psicologia também, em biologia, em biomedicina, em engenharia. A medicina foi a última a aparecer porque eu não tinha condição nem em sonhar com ela. Minha mãe nunca teria condições de pagar uma mensalidade, nem se minha família inteira se juntasse daria”, lembra.

Pedro já tinha em mente que os dois primeiros anos de cursinho seriam para correr atrás do déficit deixado pelo ensino médio. "Óptica, por exemplo, em física, eu nunca tinha visto", diz. No terceiro, se matriculou em um cursinho específico para medicina, o Hexag, e estudava até 14 horas por dia, inclusive aos fins de semana.

Depois do final feliz e da coleção de aprovações, Pedro foi convidado a voltar ao cursinho para contar sua história e motivar os alunos que estão na corrida por uma vaga em medicina. “No cursinho acontece de você fazer simulado atrás de simulado e não ver o resultado melhorar. Agora consegui tudo o que queria. Vai ser bom voltar ao cursinho para conversar com as pessoas, ao mesmo tempo ainda não me vejo nesse papel [motivacional].”

Na hora da matrícula, Pedro diz que o coração balançou entre USP e Unicamp. A família toda vibrou com os resultados – depois de morar com a avó, durante o período de cursinho, ele também morou com uma tia e o primo. “Eles sempre me deram muito apoio nas minhas decisões. Minha família está muito feliz. Apesar de serem de baixa renda, meus avós do Ceará conquistaram muitas coisas graças ao estudo.”

Ansioso com o início das aulas nesta segunda-feira (26), Pedro brinca que teme que a sua aprovação tenha sido um equívoco e que seu nome não esteja na lista dos matriculados. Para se bancar, ele pretende usar a pensão, que será paga até o meio do ano, quando ele completa 21 anos. Depois, ele quer ingressar em algum projeto de iniciação científica da universidade que lhe renda uma bolsa. A princípio, seu plano é se especializar em pediatra.

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