Pular para o conteúdo principal

Cai aprendizado de matemática no último ano do ensino médio, aponta levantamento

Índice é ainda pior considerando os níveis sociais e de raça. Em língua portuguesa, a evolução ainda é pequena. Estudo do Todos pela Educação foi feito com base nos dados do Saeb de 2007 a 2017. Por Elida Oliveira | G1 Dados divulgados pelo movimento Todos pela Educação nesta quinta-feira (21) apontam que o aprendizado de matemática dos estudantes do 3º ano do ensino médio caiu 0,7 ponto percentual (pp) no Brasil entre 2007 e 2017. Isso quer dizer que os concluintes desta etapa de ensino estão saindo da escola sabendo menos do que os estudantes formados há uma década. Nas escolas públicas, a queda foi ainda maior: de 4 pp. O índice piora quando a comparação considera raça e o nível socioeconômico do estudante. Matemática apresenta baixos índices de aprendizagem entre estudantes do 3º ano do ensino médio, ou seja, alunos estão se formando sem aprender todo o conteúdo adequado para a sua idade. — Foto: Divulgação A análise do Todos foi feita com base nos dados do Sistema de Avalia

Garota de 11 anos transforma becos de comunidade no Recife em sala de aula para crianças

Sonho de Stheffany Rafaela, que mora em Roda de Fogo, na Zona Oeste da cidade, é cursar faculdade para trabalhar como professora de matemática


Por Pedro Alves | G1 PE

Em meio aos incontáveis becos que dão acesso às vielas da comunidade de Roda de Fogo, na Zona Oeste do Recife, uma cena se destaca a cada noite. No chão de cimento batido, Stheffany Rafaela da Silva, de 11 anos, voluntariamente dá aulas de reforço escolar a outras crianças. Às vezes sem mais que um lápis na mão e um olhar atento, 15 meninos e meninas se reúnem diariamente para aprender com a garota.

Stheffany ganhou bolsa de estudos em uma escola particular (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
Stheffany ganhou bolsa de estudos em uma escola particular (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)

As aulas começaram no ano passado como uma brincadeira, quando uma amiga da comunidade decidiu brincar de “escolinha”, dando a Stheffany a primeira experiência como professora. Pouco tempo depois, a amiga mudou-se da comunidade e, assim, coube a Stheffany o papel de transformar os becos e os quase inexistentes recursos em sala de aula.

“Dou aula de todas as matérias, todos os dias. Não escolho apenas um assunto para dar aula. Fazemos sempre todas as que temos nos livros, no tempo que dá. E todo mundo vem, raramente alguém falta. Exceto na sexta-feira”, conta.

Apesar de não escolher um único tema para lecionar, Stheffany elegeu a matemática como sua disciplina favorita, seja para estudar ou passar para as crianças a quem dá aula. Apesar da pouca idade, ela já tem a certeza da profissão que quer desempenhar no futuro.

“Quero fazer faculdade para ser professora, primeiro, para dar aula de tudo. Depois, só de matemática, porque é o que eu mais gosto”, afirma Stheffany.

A maioria dos estudantes de Stheffany tem menos de dez anos, mas a idade não é barreira para a desenvoltura da pequena professora. A garota chega a ter, inclusive, alunos mais velhos que ela, a exemplo de um de 12 anos, por exemplo.

No colégio onde estudava, a Escola Pintor Lauro Villares, a garota já era conhecida por das aulas nos becos da Roda de Fogo. Por causa disso, Stheffany ganhou uma bolsa em uma escola particular da região, onde começou a estudar no fim de abril deste ano, custeada por uma pessoa que se sensibilizou com a história da pequena professora.

Para incentivar as crianças a irem às aulas, sem muitos recursos, Stheffany pede na comunidade doces e materiais para cozinhar, com a mãe, guloseimas e oferecer aos estudantes. Sustentando a casa com o dinheiro do Bolsa Família, a mãe de Stheffany, Rafaela da Silva, de 29 anos, vê na filha a realização de seus sonhos. Segundo ela, desde muito nova, a garota demonstra gosto por estudar.

“Ela nunca deu trabalho com relação aos estudos, sempre foi uma menina muito calma, exceto, claro, pelos momentos de estresse, como toda criança tem. Todos os dias, à noite, ela dizia que ia brincar de escolinha. Eu sempre me preocupava para que ela não ficasse na casa dos outros, perturbando”, diz Rafaela.

Durante a semana, são raros os momentos em que o lazer de Stheffany não tem a ver com estudo. Após voltar da escola, ela passa as tardes no Centro Comunitário da Paz (Compaz) Escritor Ariano Suassuna, no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. No local, ela participa de aulas de dança, natação e da oficina de artesanato “Faça você mesmo”.

“Nos dias de hoje, está tão difícil fazer as crianças quererem estudar. Tenho muito orgulho dela. Eu saí da escola no 9º ano do ensino fundamental e sempre digo a ela que continue com essa sede por estudo. Quero que ela siga em frente e alcance todos os sonhos que tiver”, ressalta a mãe, orgulhosa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Para economizar recursos, governo vai fechar 18 escolas estaduais em Goiás, diz secretária

Pais e alunos reclamam da mudança, e temem ser remanejados para unidades distantes. Flávia Gavioli garante que nenhum estudante ficará sem vaga na rede. Por  Murillo Velasco | G1 GO A Secretaria Estadual de Educação anunciou, na sexta-feira (18), que, para economizar recursos, vai fechar 18 escolas estaduais de Goiás. Após o anúncio, pais e alunos reclamaram da mudança, afirmando temer ser remanejados para unidades distantes de casa ou até mesmo ficar sem estudar. No entanto, a secretária Flavia Gavioli garante que ninguém vai ficar sem vaga. Família teme o fim da escola em período de tempo integral, em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera “A ordem é economizar, é racionalizar, é ser bastante sério com a aplicação do recurso público. Eu sou conhecedora do desgaste. Eu sei o tanto que isso pode ser traumático neste momento. Mas eu garanto, tudo isto que está sendo feito é justamente para que todo o povo goiano entenda que existe um ar de seriedade na aplicação dos recursos

Alunos de Fortaleza são selecionados para estudar na Nasa

Os 14 alunos tentam juntar recursos financeiros para cobrir os custos. Por Ranniery Melo | G1 CE Um grupo de estudantes de Fortaleza foi selecionado para viajar aos Estados Unidos e fazer um curso na Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa). Os 14 alunos que estudam entre o 9º ano de Ensino Fundamental e o 2º ano do Ensino Médio de um colégio no Bairro Quintino Cunha, participarão de aulas de imersão em engenharia e tecnologia. Estudantes cearenses são selecionados para curso de uma semana na Nasa (Foto: Divulgação/Colégio Dom Felipe) "Eles terão contato com engenheiros da Nasa que desenvolvem os spinoffs, ou seja, a tecnologia que a Nasa desenvolve para o espaço e adapta para o que nós usamos no dia a dia, como câmeras de celulares", conta a coordenadora pedagógica da escola, Priscila Reis. Segundo a educadora, o objetivo do curso é captar talentos que futuramente possam desenvolver uma carreira nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemá

Mestrado Profissional em Estudos Marítimos da Escola de Guerra Naval

A Escola de Guerra Naval (EGN) publicou o edital do processo seletivo para ingresso no Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos (PPGEM), em nível de Mestrado Profissional (stricto sensu). Poder Naval As inscrições podem ser feitas de 27 de agosto a 10 de outubro. Poderão inscrever-se civis e militares que possuam graduação completa reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). A Turma/2019 tem início previsto em março do ano que vem, tendo o curso duração de dois anos. Os Estudos Marítimos conformam um campo acadêmico interdisciplinar, que abrange as relações políticas e sociais do homem com os espaços marítimos e as águas interiores. O Programa se estrutura em torno da área de concentração “Defesa, Governança e Segurança Marítimas”, contando com três Linhas de Pesquisa: I – Política e Estratégia Marítimas; II – Regulação do Uso do Mar, Processo Decisório e Métodos Prospectivos; e III – Política e Gestão em Ciência, Tecnologia e Inovação no Ambiente Marítimo.