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Cai aprendizado de matemática no último ano do ensino médio, aponta levantamento

Índice é ainda pior considerando os níveis sociais e de raça. Em língua portuguesa, a evolução ainda é pequena. Estudo do Todos pela Educação foi feito com base nos dados do Saeb de 2007 a 2017. Por Elida Oliveira | G1 Dados divulgados pelo movimento Todos pela Educação nesta quinta-feira (21) apontam que o aprendizado de matemática dos estudantes do 3º ano do ensino médio caiu 0,7 ponto percentual (pp) no Brasil entre 2007 e 2017. Isso quer dizer que os concluintes desta etapa de ensino estão saindo da escola sabendo menos do que os estudantes formados há uma década. Nas escolas públicas, a queda foi ainda maior: de 4 pp. O índice piora quando a comparação considera raça e o nível socioeconômico do estudante. Matemática apresenta baixos índices de aprendizagem entre estudantes do 3º ano do ensino médio, ou seja, alunos estão se formando sem aprender todo o conteúdo adequado para a sua idade. — Foto: Divulgação A análise do Todos foi feita com base nos dados do Sistema de Avalia

A pedaladas: livros que tiram crianças colombianas do conflito armado

A pedaladas, todas as manhãs e como um pequeno milagre quatro bibliocicletas percorrem as ruas da cidade colombiana de Tumaco com um único objetivo: tirar do conflito armado as crianças à base das palavras.


Gonzalo Domínguez Loeda | EFE

Tumaco (Colômbia) - "Cada vez que aproximamos uma criança do conhecimento, é uma criança que estamos tirando da guerra, um criança que afastamos da violência. O conhecimento é o caminho, aproximar uma criança de um bom livro é afastá-la para sempre de uma arma", explicou à Agência Efe Viviana Vanegas, uma das promotoras de Bibliocicleta do Saber.


EFE/Ernesto Guzman Jr.
EFE/Ernesto Guzman Jr.

E não é fácil, já que Tumaco é um reduto histórico das Farc.

Após o desarmamento dessa guerrilha, agora lutam por seu território de selva com cerca de 3,7 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho de Cabo Verde, membros do ELN, dissidentes das Farc, cartéis mexicanos e pequenos grupos de delinquentes.

Seu atrativo é evidente: é o município colombiano com mais hectares semeados de coca e conta, além disso, com o segundo maior porto do país no Pacífico. Seu domínio implica controlar a cadeia produtiva da cocaína a partir da mata e as rotas para enviá-la aos Estados Unidos.

Como se fosse pouco, o abandono estatal é altamente perceptível em um município de cerca de 215 mil habitantes.

Tudo isso gera o que enfrentam todos os dias Viviana e Jairo García, promotor de uma iniciativa que atravessa as fronteiras invisíveis de Tumaco e chega até os bairros mais vulneráveis que se amontoam sem quase serviços básicos.

Nos olhos das crianças que lá vivem e que podem chegar a ser vítimas de recrutamento ou prostituição infantil, Viviana percebe "a curiosidade de saber o que vai acontecer a cada página" dos livros que leem e que lhes permitem chegar a um mundo inimaginável.

Nas modestas prateleiras da biblioteca movida a pedais se acumulam textos clássicos de Homero, Gabriel García Márquez e Julio Cortázar.

"As crianças saem do contexto em que vivem e vão para um mundo maravilhoso onde podem ser princesas, príncipes ou fadas. Isso é o mais lindo que se pode ver no olhar de uma criança", ressaltou Viviana.

Seu contexto é o de bairros como El Morrito, onde nada se move sem que Walter Patricio Arizala, conhecido como "Empapado", saiba, o mais sanguinário líder de um dissidência das Farc que hoje quer transformar Tumaco em seu reduto.

"Um livro pode salvar a vida de uma criança", assegurou Jairo García, que abre todos os dias sua bibliocicleta na qual as crianças de Tumaco também podem aprender música, a pintar e a jogar xadrez.

Consciente do que lhe rodeia, García luta pedalada a pedalada para que não haja um dia sem literatura para as crianças da cidade. Nem para seus pais.

Conversador incansável, se entusiasma ao pedir que a cidade que o acolheu não seja estigmatizada pela violência e assegura que são maiores as oportunidades que rodeiam moradores, em sua maioria, afrodescendentes e indígenas.

"O nosso lema é: não há progresso inconsciente e não há conhecimento sem educação", disse, diante de sua bibliocicleta, com orgulho.

García deixa que os próprios moradores locais se aproximem dele e, com um sorriso, explica que nenhuma das atividades tem custo para os interessados. Assim foi desde que começou com esta iniciativa há oito anos.

Ele disse que em Tumaco cerca de 3,2 mil rapazes terminam o bacharelado anualmente, mas só há quota para 400 estudantes nas universidades públicas: "Quantas crianças ficam fora do sistema educacional universitário!"

São jovens com poucas oportunidades que, talvez, abandonem Tumaco em busca de um futuro melhor.

Enquanto isso, a cada manhã Viviana e García seguirão levando um oásis de mundos maravilhosos a cada um de seus vizinhos. Sempre a pedaladas.

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