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Cai aprendizado de matemática no último ano do ensino médio, aponta levantamento

Índice é ainda pior considerando os níveis sociais e de raça. Em língua portuguesa, a evolução ainda é pequena. Estudo do Todos pela Educação foi feito com base nos dados do Saeb de 2007 a 2017. Por Elida Oliveira | G1 Dados divulgados pelo movimento Todos pela Educação nesta quinta-feira (21) apontam que o aprendizado de matemática dos estudantes do 3º ano do ensino médio caiu 0,7 ponto percentual (pp) no Brasil entre 2007 e 2017. Isso quer dizer que os concluintes desta etapa de ensino estão saindo da escola sabendo menos do que os estudantes formados há uma década. Nas escolas públicas, a queda foi ainda maior: de 4 pp. O índice piora quando a comparação considera raça e o nível socioeconômico do estudante. Matemática apresenta baixos índices de aprendizagem entre estudantes do 3º ano do ensino médio, ou seja, alunos estão se formando sem aprender todo o conteúdo adequado para a sua idade. — Foto: Divulgação A análise do Todos foi feita com base nos dados do Sistema de Avalia

Unesp expulsa 27 alunos cotistas após apuração interna constatar que não eram negros ou pardos

Comissão foi instaurada para averiguar autodeclarações inválidas. Universidade diz que mais investigações seguem em andamento e vê caráter educativo no desligamento dos estudantes.


Por Lívia Machado | G1 — São Paulo

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) expulsou 27 alunos que se autodeclararam negros ou pardos e conquistaram vaga por meio do sistema de cotas, após comissão interna considerar as autodeclarações inválidas.

Prédio da Unesp  — Foto: Reprodução/TV TEM
Prédio da Unesp — Foto: Reprodução/TV TEM

É a primeira vez que a instituição toma tal medida desde 2014, quando teve início a ação afirmativa na Universidade. O desligamento dos estudantes será publicado nesta sexta-feira (14) no Diário Oficial.

De acordo com o professor Renato Diniz, superintendente acadêmico da Vunesp, no final do ano passado, foi instaurada uma comissão para investigar supostas fraudes.

"A partir de um determinado momento, a Universidade identificou a necessidade de fazer uma averiguação em função da possibilidade de autodeclarações inválidas", explica Diniz.

Diniz diz não saber os cursos tampouco o ano letivo dos alunos desligados, mas afirma que nenhum deles estava prestes a se graduar.

As análises foram feitas por meio de entrevistas com os estudantes. "Os critérios que a gente utiliza são critérios definidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) quando ele tratou das questões das cotas, critérios fenótipos [características observáveis, como cor da pele, cabelos, olhos]", completou o superintendente.

Ainda segundo Diniz, os procedimentos foram instalados a partir do recebimento de denúncia ou suspeita do setor de graduação, que tem contato direto com o aluno.

"Se tivesse alguma dúvida, levantasse que aquele aluno merecesse alguma averiguação, poderiam ser convocados a partir da universidade", afirma.

O processo desses 27 estudantes durou cerca de cinco meses, mas outros casos seguem em apuração.

"Temos mais casos, ainda está em andamento. Como a Unesp é muito espalhada, composta por muitas unidades universitárias, a gente teve uma dinâmica de trabalho temporalmente diferenciada. Umas [comissões locais] foram mais agilizadas [do que outras]."

A universidade garante ainda que os alunos tiveram a chance de recorrer internamente antes de a reitoria determinar o desligamento, e acredita não ter cometido nenhuma injustiça.

"Dentro dos critérios que estabelecemos, procuramos ser bastante cautelosos e cuidadosos. Entendemos que não [foram injustos]."

O professor defende que a medida serve de alerta e tem um caráter pedagógico.

"Estamos tentando garantir o bom cumprimento da política [de cotas]. Certamente que para nós agora vai ser um ganho mais educativo, mais didático, para que a gente indique para os futuros candidatos, para que tenham mais clareza e mais cuidado."

"O dano muito maior que eles fizeram é que eles impediram pessoas pretas e pardas de ocupar essas vagas. O prejuízo das pessoas que não puderam ingressar por conta dessa ação. Pessoas que teriam direito, isso tem um peso social."

Substituição de vagas

O superintendente afirma que a Unesp espera conseguir dar mais agilidade ao processo para que, no futuro, as vagas possam ser repostas.

"Neste primeiro momento não haveria uma possibilidade de substituição direta. Mas a universidade está pensando", revela Diniz.

Ele diz que a instituição está aprimorando o processo para que as averiguações de novos alunos comecem logo após a matrícula presencial.

"A expectativa para 2019 é que a gente consiga equacionar esse problema o mais rápido possível e ter isso instituído na universidade sempre. Não sei se vamos conseguir antes do início do ano letivo, mas a partir do primeiro, segundo mês."


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